| Foto por: Priscila Torres |
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O Sistema OCB/Sescoop-AM realizou em Parintins nos dias 19 e
20 de abril no auditório do Centro de Educação de Tempo Integral (CETI) o I
Encontro do Cooperativismo de Parintins, que teve como tema “Cooperativismo e
suas Potencialidades na Região do Baixo Amazonas”. O evento teve inicio às
18h30m e encerrou às 21hs.
Durante os dois dias do Seminário foi discutido mais
investimentos em tecnologias, qualificação de mão-de-obra, formação
intelectual, produção com qualidade e políticas públicas. Essas ferramentas
foram colocadas como potencialidades para alavancar o cooperativismo na região
do Baixo Amazonas.
Nos últimos anos, o cooperativismo no Estado deu um salto na
qualidade, buscou o profissionalismo, está conquistando boa participação no
mercado em diversos segmentos, mas em cidades como Parintins, o nível de
organização só agora começa a dar sinais com o apoio de entidades como o
Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB-AM), as
universidades e outros parceiros é possível fortalecer as cooperativas para que
elas alcancem competitividade para se firmar no mercado.
Para mostrar que este crescimento é possível, o Sistema
OCB-Sescoop-AM foi a Parintins e levou os mais renomados palestrantes da área
para tentar difundir novos conhecimentos sobre cooperativismo e reacender a
chama das entidades que por falta de oportunidades não conseguem se
desenvolver.
As palestras foram realizadas nos dias 19 e 20 de abril e
abordaram como eixo central o tema “Cooperativismo e suas Potencialidades na
Região do Baixo Amazonas”. Estiveram presentes o conselheiro federal de
administração, professor Nelson Aniceto Fonseca que palestrou sobre “O Papel do
Administrador no Cooperativismo”, o Dr. David Benayon, magistrado aposentado,
consultor jurídico de cooperativas, o diretor do Instituto de Ciências,
Educação e Zootecnia, professor Dr. Antonio Catalão e dezenas de líderes de
cooperativas, inclusive de outros municípios da região.
Dirigentes de associações, cooperativistas e estudantes da
área de administração lotaram o auditório do Centro de Educação de Tempo
Integral (CETI) para participar e debater o tema, numa demonstração de que
Parintins caminha em busca de novas alternativas como os empreendimentos
coletivos sustentáveis.
Em sua palestra, o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM,
Petrucio Magalhães Júnior, declarou que “Quem sustenta o País são os
empreendimentos”. Ele falou ainda da vontade de crescer das cooperativas
parintinenses, e da mudança de comportamento que parte do princípio de que é
preciso sair da cultura do emprego para o empreendedorismo.
“Os empreendimentos, o setor privado, as cooperativas é que
geram riquezas neste País. Todo ano vocês assistem nos jornais que o Brasil
exporta mais a cada safra. Quem está produzindo somos nós, o setor privado.
Este é o desafio, o caminho, e o cooperativismo é um dos caminhos. Ele não é a
solução pra tudo, mas é um caminho”, disse. Petrúcio citou ainda o exemplo da
Cooperativa dos Juticultores de Parintins, que em seu tempo áureo, empregou
mais “gente” em Parintins que o poder público.
Outra aposta sustentada pelo presidente do Sistema
OCB/Sescoop-AM é o investimento nas pessoas. Para ele a Universidade Federal do
Amazonas (UFAM) e o Instituto Federal do Amazonas (IFAM), desempenham papel
fundamental em Parintins. “É formando
pessoas que nós vamos ter empreendimentos coletivos sustentáveis. As
cooperativas precisam da mão-de-obra qualificada para que os negócios
prosperem. Nenhum negócio vai prosperar com má gestão, sem aplicação das
ferramentas necessárias para o crescimento do empreendimento”, diz ele.
Petrúcio salienta que é de extrema importância o
investimento na intelectualidade das pessoas para quando se unirem terem
objetivos comuns bem traçados, com bom planejamento, para fazer com que o
negócio tenha competitividade no mercado. “Parintins é uma cidade que cresce a
cada ano, que tem um povo hospitaleiro, um festival folclórico mundialmente
conhecido, que preserva o meio ambiente,
tem uma pecuária riquíssima e precisa apenas focar em vocações locais e
bons negócios, ter bons projetos e pessoas gerindo bem as cooperativas para que
o progresso se estabeleça”, pontuou.
Lei Municipal de Cooperativismo
José Merched, presidente da Federação das cooperativas de
todos estados do Norte (Fecoop Norte), disse que Parintins tem que avançar em
políticas públicas instituindo a Lei Municipal de Cooperativismo, como já
existe nos municípios de Itacoatiara e
Iranduba que ganharam novas oportunidades a partir de uma visão diferenciada.
Esta mesma luta, segundo ele, chegou vitoriosa à Assembléia Legislativa do
Amazonas.
Ele também considera que é importante o investimento em
tecnologia para melhorar a qualidade dos produtos. As cooperativas precisam
apresentar bons preços e produzir em grande escala. Merched se referiu a um
questionamento feito pela platéia sobre o fato de que carteiras escolares de
Parintins ainda são compradas em outros centros, quando poderiam ser produzidas
no próprio município. “Se a produção tem qualidade, certamente Parintins não
vai dar conta de tantos pedidos. Não precisa trazer carteira do Paraná, podemos
produzir aqui em
Parintins. Então é preciso arregaçar as mangas, produzir com
qualidade e investir em tecnologia”, afirmou.
Para Merched, o encontro de cooperativismo realizado no
município foi considerado de extrema importância porque Parintins e um pólo que
deve ser mais desenvolvido. “As universidades, as instituições e a própria
prefeitura precisam alavancar e voltar a tocar o cooperativismo. Parintins já
tem tradição cooperativista. Nós sabemos que os japoneses quando chegaram aqui
criaram o sistema cooperativista e isso funcionou muito bem. A juta era uma
alavanca de desenvolvimento do Amazonas e grande arrecadadora de impostos”,
afirmou.
Ele completa dizendo que tudo passa pela questão da
administração séria, pela gestão profissional. Esse talvez tenha sido o
principal problema enfrentado pela Coopjuta de Parintins que teve seu apogeu,
mas não conseguiu se manter. “Provavelmente esse foi um dos fatos que fez com
que a cooperativa caísse daquele patamar. A segunda, foi a questão da
tecnologia mesmo, hoje no mundo globalizado é preciso ter preço e qualidade.
Cooperativa é uma empresa como qualquer outra que vai competir no mercado”,
lembrou.
Show room
Um show room projetado pela Associação de Moveleiros de
Parintins-AMOPIN, durante o I Encontro de Cooperativismo de Parintins, mostrou
um pouco da realidade sobre o que de fato é possível produzir quando se está
buscando a profissionalização. Móveis planejados, de qualidade, funcionais,
confortáveis, trabalhados de acordo com as necessidades do cliente, sem deixar
de lado a beleza e sofisticação, foram apresentados aos participantes.
O professor Sérgio Nascimento, do Colegiado do Curso de
Administração do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da
Universidade Federal do Amazonas, parceira do evento, não dispensou elogios ao
encontro promovido pelo Sistema OCB/Sescoop-AM. “Nossa missão enquanto
universidade é apoiar, contribuir com a formação intelectual e incentivar o
cooperativismo”, afirmou. Ele parabenizou a AMOPIN pela qualidade dos móveis do
show room. “Precisamos trabalhar unidos para permitir que este produto seja
vendido em Manaus e mostrar que o parintinense que faz o melhor festival de
boi-bumbá do mundo, também sabe fazer as melhores cooperativas do Brasil”,
assinalou.
O presidente da AMOPIN, Edgar Lima, ficou satisfeito com o
resultado e disse que a primeira feira de móveis é só o começo de uma série de
outras que a Associação pretende realizar, inclusive na Itália, um dos maiores
centros de móveis do mundo. A AMOPIN existe a 16 anos e agora pode ser
transformada em cooperativa. “O presidente Petrúcio Magalhães foi enfático
quando nos mostrou que para implantarmos nossa cooperativa temos que observar o
perfil de cada um para dar esse passo. Temos que buscar a união, nosso grande
desafio é encontrar caminhos que beneficiem a todos. Ele também nos mostrou que
temos que mudar de cultura, que a cooperativa é criada para prosperar, que ela
nasce da necessidade das pessoas, que não é coisa de miseráveis, mas sim um
investimento econômico”, finalizou.
Fonte: OCB-Sescoop/AM

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