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segunda-feira, 23 de abril de 2012

ENCONTRO EM PARINTINS OBTEVE BONS RESULTADOS


Foto por: Priscila Torres


O Sistema OCB/Sescoop-AM realizou em Parintins nos dias 19 e 20 de abril no auditório do Centro de Educação de Tempo Integral (CETI) o I Encontro do Cooperativismo de Parintins, que teve como tema “Cooperativismo e suas Potencialidades na Região do Baixo Amazonas”. O evento teve inicio às 18h30m e encerrou às 21hs.

Durante os dois dias do Seminário foi discutido mais investimentos em tecnologias, qualificação de mão-de-obra, formação intelectual, produção com qualidade e políticas públicas. Essas ferramentas foram colocadas como potencialidades para alavancar o cooperativismo na região do Baixo Amazonas.

Nos últimos anos, o cooperativismo no Estado deu um salto na qualidade, buscou o profissionalismo, está conquistando boa participação no mercado em diversos segmentos, mas em cidades como Parintins, o nível de organização só agora começa a dar sinais com o apoio de entidades como o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB-AM), as universidades e outros parceiros é possível fortalecer as cooperativas para que elas alcancem competitividade para se firmar no mercado.

Para mostrar que este crescimento é possível, o Sistema OCB-Sescoop-AM foi a Parintins e levou os mais renomados palestrantes da área para tentar difundir novos conhecimentos sobre cooperativismo e reacender a chama das entidades que por falta de oportunidades não conseguem se desenvolver.

As palestras foram realizadas nos dias 19 e 20 de abril e abordaram como eixo central o tema “Cooperativismo e suas Potencialidades na Região do Baixo Amazonas”. Estiveram presentes o conselheiro federal de administração, professor Nelson Aniceto Fonseca que palestrou sobre “O Papel do Administrador no Cooperativismo”, o Dr. David Benayon, magistrado aposentado, consultor jurídico de cooperativas, o diretor do Instituto de Ciências, Educação e Zootecnia, professor Dr. Antonio Catalão e dezenas de líderes de cooperativas, inclusive de outros municípios da região.

Dirigentes de associações, cooperativistas e estudantes da área de administração lotaram o auditório do Centro de Educação de Tempo Integral (CETI) para participar e debater o tema, numa demonstração de que Parintins caminha em busca de novas alternativas como os empreendimentos coletivos sustentáveis.

Em sua palestra, o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Magalhães Júnior, declarou que “Quem sustenta o País são os empreendimentos”. Ele falou ainda da vontade de crescer das cooperativas parintinenses, e da mudança de comportamento que parte do princípio de que é preciso sair da cultura do emprego para o empreendedorismo.

“Os empreendimentos, o setor privado, as cooperativas é que geram riquezas neste País. Todo ano vocês assistem nos jornais que o Brasil exporta mais a cada safra. Quem está produzindo somos nós, o setor privado. Este é o desafio, o caminho, e o cooperativismo é um dos caminhos. Ele não é a solução pra tudo, mas é um caminho”, disse. Petrúcio citou ainda o exemplo da Cooperativa dos Juticultores de Parintins, que em seu tempo áureo, empregou mais “gente” em Parintins que o poder público.

Outra aposta sustentada pelo presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM é o investimento nas pessoas. Para ele a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Instituto Federal do Amazonas (IFAM), desempenham papel fundamental em  Parintins. “É formando pessoas que nós vamos ter empreendimentos coletivos sustentáveis. As cooperativas precisam da mão-de-obra qualificada para que os negócios prosperem. Nenhum negócio vai prosperar com má gestão, sem aplicação das ferramentas necessárias para o crescimento do empreendimento”, diz ele.

Petrúcio salienta que é de extrema importância o investimento na intelectualidade das pessoas para quando se unirem terem objetivos comuns bem traçados, com bom planejamento, para fazer com que o negócio tenha competitividade no mercado. “Parintins é uma cidade que cresce a cada ano, que tem um povo hospitaleiro, um festival folclórico mundialmente conhecido, que preserva o meio ambiente,  tem uma pecuária riquíssima e precisa apenas focar em vocações locais e bons negócios, ter bons projetos e pessoas gerindo bem as cooperativas para que o progresso se estabeleça”, pontuou.

Lei Municipal de Cooperativismo

José Merched, presidente da Federação das cooperativas de todos estados do Norte (Fecoop Norte), disse que Parintins tem que avançar em políticas públicas instituindo a Lei Municipal de Cooperativismo, como já existe nos municípios de  Itacoatiara e Iranduba que ganharam novas oportunidades a partir de uma visão diferenciada. Esta mesma luta, segundo ele, chegou vitoriosa à Assembléia Legislativa do Amazonas.

Ele também considera que é importante o investimento em tecnologia para melhorar a qualidade dos produtos. As cooperativas precisam apresentar bons preços e produzir em grande escala. Merched se referiu a um questionamento feito pela platéia sobre o fato de que carteiras escolares de Parintins ainda são compradas em outros centros, quando poderiam ser produzidas no próprio município. “Se a produção tem qualidade, certamente Parintins não vai dar conta de tantos pedidos. Não precisa trazer carteira do Paraná, podemos produzir aqui em Parintins. Então é preciso arregaçar as mangas, produzir com qualidade e investir em tecnologia”, afirmou.

Para Merched, o encontro de cooperativismo realizado no município foi considerado de extrema importância porque Parintins e um pólo que deve ser mais desenvolvido. “As universidades, as instituições e a própria prefeitura precisam alavancar e voltar a tocar o cooperativismo. Parintins já tem tradição cooperativista. Nós sabemos que os japoneses quando chegaram aqui criaram o sistema cooperativista e isso funcionou muito bem. A juta era uma alavanca de desenvolvimento do Amazonas e grande arrecadadora de impostos”, afirmou.

Ele completa dizendo que tudo passa pela questão da administração séria, pela gestão profissional. Esse talvez tenha sido o principal problema enfrentado pela Coopjuta de Parintins que teve seu apogeu, mas não conseguiu se manter. “Provavelmente esse foi um dos fatos que fez com que a cooperativa caísse daquele patamar. A segunda, foi a questão da tecnologia mesmo, hoje no mundo globalizado é preciso ter preço e qualidade. Cooperativa é uma empresa como qualquer outra que vai competir no mercado”, lembrou.
Show room

Um show room projetado pela Associação de Moveleiros de Parintins-AMOPIN, durante o I Encontro de Cooperativismo de Parintins, mostrou um pouco da realidade sobre o que de fato é possível produzir quando se está buscando a profissionalização. Móveis planejados, de qualidade, funcionais, confortáveis, trabalhados de acordo com as necessidades do cliente, sem deixar de lado a beleza e sofisticação, foram apresentados aos participantes.

O professor Sérgio Nascimento, do Colegiado do Curso de Administração do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas, parceira do evento, não dispensou elogios ao encontro promovido pelo Sistema OCB/Sescoop-AM. “Nossa missão enquanto universidade é apoiar, contribuir com a formação intelectual e incentivar o cooperativismo”, afirmou. Ele parabenizou a AMOPIN pela qualidade dos móveis do show room. “Precisamos trabalhar unidos para permitir que este produto seja vendido em Manaus e mostrar que o parintinense que faz o melhor festival de boi-bumbá do mundo, também sabe fazer as melhores cooperativas do Brasil”, assinalou.

O presidente da AMOPIN, Edgar Lima, ficou satisfeito com o resultado e disse que a primeira feira de móveis é só o começo de uma série de outras que a Associação pretende realizar, inclusive na Itália, um dos maiores centros de móveis do mundo. A AMOPIN existe a 16 anos e agora pode ser transformada em cooperativa. “O presidente Petrúcio Magalhães foi enfático quando nos mostrou que para implantarmos nossa cooperativa temos que observar o perfil de cada um para dar esse passo. Temos que buscar a união, nosso grande desafio é encontrar caminhos que beneficiem a todos. Ele também nos mostrou que temos que mudar de cultura, que a cooperativa é criada para prosperar, que ela nasce da necessidade das pessoas, que não é coisa de miseráveis, mas sim um investimento econômico”, finalizou.


Fonte: OCB-Sescoop/AM

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