Parte dos produtores rurais amazonenses desconhece o quanto
podem perder em suas lavouras, em função de diversos problemas que influenciam
diretamente a ineficiência na aplicação de técnicas na produção e cultivo.
Para evitar custos maiores, perdas de produtividade e do
lucro, um novo sistema, baseado nas boas práticas agropecuárias, orientado por
normas técnicas, chamado de Produção Integrada (PI), praticado há dois anos no
Estado, tem evoluído gradativamente com bons resultados ao homem do campo.
Segundo especialistas e produtores rurais, a PI, além de
garantir qualidade na safra e reduzir despesas em até 20%, em relação ao
sistema convencional, possibilita melhor controle da propriedade e aperfeiçoa o
processo produtivo dos citros (laranja, limão e tangerina).
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), da Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, especialista em controle de
pragas e doenças agrícolas, explica que o projeto contempla a produção agrícola
com o uso apropriado e eficiente dos recursos naturais, a garantia de alimentos
sem riscos à saúde e de boa qualidade nutricional, além de conservar o meio
ambiente.
Garcia lembra que a PI nasceu há dez anos com as culturas da
Região Sul do país, em decorrência da redução no mercado dos produtos que
estavam contaminados por doenças e do uso indevido e inadequado de agrotóxicos,
responsáveis pelos altos índices de intoxicação verificados entre os produtores
e trabalhadores rurais.
No Amazonas o PI teve início em 2008, mas somente foi
colocado em prática há dois anos, por meio da demanda de produtores da cultura
de citros em busca de boas práticas de produção e com o apoio da Embrapa
Amazônia Ocidental e o financiamento de R$ 600 mil, disponibilizados pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e a contrapartida
de R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).
A maioria dos produtores de citros está concentrada nos
municípios de Rio Preto da Eva (que detém a maior área plantada do Estado),
Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Careiro e Presidente Figueiredo.
O presidente da Associação dos Citricultores do Amazonas
(Amazoncitrus), Ozires Silva, destaca que até o momento, apenas 15 produtores
aderiram ao projeto, e desses, 90% são considerados de médio e pequeno porte.
Apesar do baixo número de adesão, Ozires diz que a medida está aberta aos
interessados.
O dirigente da Amazoncitros adianta que também há disponível
novas iniciativas, como o projeto de Gestão Orientada para Resultados
(Geor-Citricultura), por meio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae-AM), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal
Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar).
Ozires explica que o Geor atua na aplicação dos recursos
orçamentários, produzindo indicadores sobre o andamento dos projetos e impactos
que produzem nas comunidades e o diagnóstico agronômico da cadeia produtiva de
citros e de mercado.
Fonte: "www.emtempo.com.br/editorias/economia/14565.html"

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