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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

TÉCNICA UTILIZADA NA CRIAÇÃO DE TAMBAQUI PERMITE AUMENTO DE PRODUTIVIDADE.



A Embrapa Amazônia Ocidental convida produtores rurais, associações de produtores e técnicos que trabalham com piscicultura, representantes de agências de fomento e demais órgãos interessados no tema, para participar do Dia de Campo sobre criação de tambaqui em tanque escavado com utilização de aeradores. Pesquisas da Embrapa Amazônia Ocidental com a utilização da aeradores na criação de tambaqui indicam que esse sistema permitiu aumento de produtividades de 3 a 4 vezes maiores que a média estadual. O Dia de Campo acontecerá no dia 10 de novembro de 2012, de 8h às 12h, em área de produtor na Chácara Sagrada Família, Rod. AM 010, Km 64, município de Rio Preto da Eva.


A vantagem do uso de aeradores é que essa prática de manejo melhora a qualidade da água, com maior disponibilidade de oxigênio, reduzindo o estresse dos peixes e evitando o surgimento de doenças e parasitos que afetem os peixes. O ganho é que a técnica viabiliza o aumento da densidade dos peixes em tanques já existentes, sem abertura de novas áreas para construção de tanques.
O objetivo do Dia de Campo é apresentar resultados obtidos no cultivo do tambaqui com a utilização de aeradores, que vem produzindo em média 19 toneladas por hectare. A tecnologia é uma novidade no cultivo do tambaqui no Amazonas. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Roger Crescêncio, explica que a utilização de aeradores já é comum em outras espécies de peixes, mas com esse estudo é a primeira vez que se tem dados concretos para a utilização na criação de tambaqui nas condições ambientais do estado.
O Dia de Campo é uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental, com apoio da Chácara Sagrada Família. As informações serão apresentadas em três estações, no local da piscicultura, onde serão apresentadas palestras e feitos esclarecimentos aos participantes.
O coordenador técnico da atividade, pesquisador Antônio Cláudio Uchôa Izel, e o pesquisador Roger Crescêncio farão a palestra com o tema “Avaliação zootécnica e econômica da criação de tambaqui em cultivo em tanques escavados com aeração artificial”, na primeira estação do dia de campo.
Roger Crescêncio explica que com o objetivo de aumentar a produção das fazendas da região, sem a necessidade de novos desmatamentos, foi proposto o aumento da biomassa por hectare. Para viabilizar esse aumento na produtividade dos tanques foram utilizados aeradores. Com o aumento da densidade de peixes e a manutenção do mesmo peso de abate foram alcançadas produtividades entre 16 e 24 toneladas por hectare, cerca de 3 a 4 vezes a mais que a média estadual, que está entre 5 e 6 toneladas por hectare.
“A principal dificuldade encontrada pelos piscicultores é o licenciamento ambiental. Com a adoção dessa tecnologia, se triplica a produção nem necessidade de novos desmatamentos e retirada de novas licenças ambientais e assim se consegue ampliar a produção e consequentemente a receita da fazenda”, afirma Roger Crescêncio.
Geralmente quando se aumenta o adensamento de animais, em qualquer tipo de criação, existe a possibilidade de diminuição da resistência dos animais e o aparecimento de doenças. Para abordar esse assunto, na segunda estação, será apresentada a palestra “Avaliação do estado de saúde de tambaquis durante um ciclo de produção”, pelas pesquisadoras da Embrapa Amazônia Ocidental, Cheila Boijink e Edsandra Chagas . Na pesquisa foi verificado o efeito do aumento da densidade na saúde dos peixes, com o acompanhamento de parâmetros fisiológicos e a incidência de parasitos (helmintos monogenóides) de tambaqui com sistemas de aeração artificial.
Outro aspecto avaliado na pesquisa foi a ocorrência de maturação sexual em machos e fêmeas de tambaqui e se relacionou esses dados com peso e comprimento destes animais ao longo do cultivo. A análise dessas informações serão apresentadas na terceira estação, com o tema “Incidência da puberdade de machos e fêmeas de tambaqui criados em cativeiro e suas implicações zootécnicas”, tendo como palestrante a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Fernanda Loureiro de Almeida. A pesquisadora explica que a maturação sexual geralmente inicia em épocas diferentes em machos e fêmeas da mesma espécie de peixes, e essa falta de sincronismo pode acarretar em diferenças de desempenho zootécnico, como ganho de peso e crescimento.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

SEMINÁRIO DISCUTE PRODUÇÃO INTEGRADA DE GUARANÁ NO AM


Para discutir os entraves e buscar o encaminhamento de possíveis soluções para implementar a Produção Integrada na cultura do guaraná no estado do Amazonas, representantes de várias instituições envolvidas com o setor agrícola, além de produtores e técnicos interessados nessa cultura, estão sendo chamados a participar do “Seminário Produção Integrada de Guaraná no Amazonas”. Com o tema “Componentes Tecnológicos de Suporte à Produção Integrada”, o seminário será realizado nos dias 6 e 7 de novembro de 2012, das 8h às 18h no auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no bairro Distrito Industrial, em Manaus (AM).

A Produção Integrada, com base na definição do Ministério da Agricultura, está focada na adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos e outros produtos agropecuários de alta qualidade e seguros, mediante a aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e viabilizando a rastreabilidade da produção agropecuária.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Lucio Pereira Santos, coordenador do seminário, atualmente existem poucos subsídios e tecnologias para implantar a produção integrada no Amazonas, o que tem dificultado e até mesmo inviabilizado esse processo. “Algumas dessas tecnologias estão em fase de desenvolvimento, como aquelas relacionadas ao estabelecimento de um novo maquinário e um novo processo de preparo e beneficiamento das sementes de guaraná para a indústria”, informa.
O pesquisador destaca que vem sendo desenvolvidas pesquisas com potencial para elevar o grau de tecnologia no processo produtivo da cultura, como as práticas de correção do solo pela calagem, condicionamento do solo pelo gesso agrícola, entre outras pesquisas que são inéditas para a cultura do guaranazeiro.
Por isso, segundo o pesquisador Lucio Santos, a motivação para o seminário é envolver diferentes órgãos e técnicos para buscar soluções para os principais entraves, além de apresentar informações preliminares das pesquisas realizadas sobre a cultura e discutir a viabilização do acesso a insumos (fertilizantes e corretivos) no Estado do Amazonas, uma vez que a logística de compra em outros estados encarece muito os produtos tornando-os de difícil acesso ao produtor, especialmente àqueles de base familiar, que não possuem recursos financeiros para essa aquisição.


Programação do Seminário

A programação será desenvolvida a partir de quatro painéis temáticos que contarão com palestras e debates. Os interessados poderão fazer o credenciamento, gratuitamente, a partir de 8h, no local do evento.
O painel 1, ocorre de 9h30 às 12h, de terça-feira, 6 , com o tema Produção Integrada e Certificação, tendo como moderador Klerisson Santana, da Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas. O coordenador do Projeto Semeando o Bioma Cerrado, José Rosalvo Andrigueto, vai expor sobre a “Produção Integrada na União Europeia: exigências de mercado e comercialização de produtos certificados”. A chefe da Divisão de Fruticultura da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rosilene Freitas Souto, vai apresentar um panorama da situação atual e perspectivas da Produção integrada no Brasil. Já o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, José Eduardo Borges de Carvalho, vai apresentar a experiência do projeto de Produção Integrada de Citros no Amazonas e indicar subsídios aplicáveis ao guaranazeiro.
O painel 2 acontece de 14h às 16h30 e tem o tema “Tecnologias alternativas de “Produção Limpa” desenvolvidas pela Embrapa e seus impactos sobre a sustentabilidade”, cujo moderador é o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Ocidental, André Atroch. Os três palestrantes também são pesquisadores da Em brapa Amazônia Ocidental. O pesquisador Firmino José do Nascimento Filho, apresentará a palestra “Domínio da técnica de clonagem, produção de mudas e desenvolvimento de cultivares superiores: o primeiro passo para a sustentabilidade da cultura”. O pesquisador José Clério Rezende Pereira, vai expor sobre as “Cultivares clonais de guaranazeiros resistentes às doenças “antracnose” e “complexo superbrotamento”: produção limpa e sustentabilidade”. O pesquisador Adauto Maurício Tavares vai discorrer sobre a situação atual, as perspectivas e potencialidades do Manejo integrado do tripes, inseto que ataca o guaranazeiro.
Na quarta-feira, 7, o painel 3 traz, pela manhã de 9h às 12h30, o tema “Tecnologias inovadoras de suporte à certificação e suas interfaces com a política geral de produção rural do Estado do Amazonas”, tendo como moderador José Eduardo Borges de Carvalho, da Embrapa Mandioca e Fruticultura. A primeira palestra será apresentada pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Lucio Pereira Santos, sobre “Processo inovador do segmento pós-colheita. Práticas de calagem e gessagem e seus reflexos na nutrição e produtividade do guaranazeiro”. A secretária executiva da Secretaria de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas , Jane Freitas de Góes Crespo, vai expor sobre impactos econômicos, sociais e ambientais da mineração de calcário na reserva de Jatapu, no município de Urucará (AM) e de silvinita (potássio) nos municípios de Nova Olinda do Norte e Itacoatiara (AM). O secretário de Estado da Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, vai expor sobre a “Política estadual de incentivo à produção de guaraná com enfoque sustentável: uma ação do “Programa Amazonas Rural”.
À tarde, a partir das 14h ocorre o quarto e último painel que vai abordar os “Gargalos tecnológicos para a certificação: registro e regulamentação de agrotóxicos”, tendo como moderador o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental Orlando Paulino da Silva. Nesse painel serão apresentadas palestras sobre as diversas abordagens a respeito a regulamentação de agrotóxicos para culturas com pequeno suporte fitossanitário. O vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), José Roberto Da Ros, vai expor sobre a visão da indústria. O coordenador-Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Márcio Rosa Rodrigues de Freitas, vai expor sobre a perspectiva desse órgão federal. O especialista em Regulação e Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, José Nilton Carneiro de Lima, vai apresentar o tema sob o ângulo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E por último será apresentada a visão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o tema.

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Embrapa Amazônia Ocidental
Síglia Souza - Jornalista MTb -66/AM
(92) 3303-7852/ 3303-7860
siglia.souza@embrapa.br
Foto de Cultivar de Guaranazeiro BRS Luzeia. Crédito: Siglia Souza